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Há situações em que um pedido de desculpa não é suficiente. Não basta um pedido de perdão, sustentado num conceito divino de graça reparadora que redime pelo apelo constrangido de arrependimento, para apaziguar a consciência atormentada pela culpa. Não é suficiente serenar o tormento da culpa. Há que reparar. Há que embarcar numa genuína procura ativa de reparação do dano. E não há reparo do dano causado sem o cabal reconhecimento de que se nada for feito mais dano sucederá. E isso é inaceitável. Impõe-se mais, muito mais.
Impõe-se a identificação de tudo o que pode favorecer e esconder comportamentos desde sempre intoleráveis. Nunca o abuso sexual de menores foi aceite, em nenhuma cultura ou sociedade. Nunca. Não se trata de uma nova consciência da humanidade que está agora mais sensível e alerta para certos assuntos. Trata-se antes de um fenómeno que sempre aconteceu nas trevas, no silêncio, na subjugação e na opressão. No terror. O que há agora é mais luz. Há sempre uma fenda por onde ela entra e há alturas em que se acendem holofotes. Hoje acenderam-se holofotes.
Impõe-se mudança. Não apenas uma mudança anunciada, mas uma mudança vivida e evidenciada. E a mudança que se impõe não é exclusiva da Igreja Católica. O problema é muito mais vasto. Todas as entidades que têm a seu cargo o cuidado de crianças têm de refletir e de mudar à luz do que é conhecido hoje. Não devemos embarcar em caças a bruxas justiceiras, mas não podemos ignorar o dever de acender e de manter eternamente acesas as luzes que protegem e promovem os direitos das crianças. Esta luz não se pode apagar nunca.
Tema super relevante Profº Pedro Teixeira
A violência é um fenómeno multifacetado, desde a antiguidade se é verificada nas demais classes sociais e comunidades e nada de concreto se foi feito para combater esse mal. Atualmente este fenómeno vem se configurando com mais força, percebe-se um (RE)surgimento da violência de forma voraz. Exigindo de nós um (RE) agir para evitar que tenhamos uma sociedade injustiçada e mais adoecida.
A violência de fato precisa ser combatida, principalmente o abuso perante a relação hierárquica de poder e dominação, especialmente contra as crianças, pela vulnerabilidade e dependência conferidas a elas, o que as torna categoricamente inferiores e predispostas a sofrerem violência. As várias formas de violências em seus múltiplos contextos de ocorrência, resultam em danos ao desenvolvimento e ao crescimento biopsicossocial da criança, podendo provocar efeitos nocivos na formação de sua personalidade e em sua forma de encarar a vida. Por esses e outros precisamos (RE) agirmos.
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